O desenvolvimento de variedades de cacau e de técnicas de manejo tem permitido uma recuperação lenta e gradual dos níveis de produtividade na Bahia, mas a boa e velha chuva continua fundamental. Após uma estiagem que se prolongou por dez meses e derrubou o rendimento das lavouras, o retorno das precipitações no sul da Bahia no fim de junho devolveu aos agricultores a esperança de uma produção melhor. Entre julho de 2015 e junho, o volume de chuvas na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Comandatuba foi de 1.037 milímetros, metade do normal. A safra temporã deste novo ciclo, em andamento, ainda tem acusado os efeitos da estiagem. Segundo Macedo, a produção de cacau temporão deve totalizar cerca de 55 mil arrobas (825 toneladas), 20% menos do que a safra temporã anterior. “Nosso objetivo é chegar a 100 mil arrobas, contando a safra temporã e principal. Mas, em função da estiagem, mesmo com a volta das chuvas, ficamos mais cautelosos”, diz. As perdas têm sido menores em regiões com níveis de produtividade mais altos. Encravados na Zona da Mata, os cooperados da Cooperativa Agrícola Gandu (Coopag) costumam colher 30 arrobas por hectare, ante 20 na média da Bahia. No ano passado, os 600 cooperados entregaram à Coopag 1,9 mil toneladas. Neste ano, a presidente da cooperativa, Ana Paula Silva, estima que esse volume cairá 5% a 10%. “mas com a chuva, a perspectiva [para a próxima safra principal] melhorou. O tempo está perfeito”, afirma Silva. (Valor)
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