quinta-feira, fevereiro 16, 2017

Após prender jornalistas da Record, Venezuela tira CNN do ar

Autoridades da Venezuela tiraram do ar nesta quarta-feira (15) a emissora de notícias CNN em espanhol, a principal da América Latina, sob acusação de fazer "propaganda de guerra" contra o governo local. A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel, governamental) decidiu "como medida preventiva a suspensão e a saída imediata das transmissões do Canal de Notícias CNN em espanhol no território nacional", segundo um comunicado do Ministério da Informação venezuelano. O presidente Nicolas Maduro já havia atacado a CNN em seu programa no domingo (12). "Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!", disse o governante. A confusão começou em 6 de fevereiro, quando a CNN em espanhol exibiu reportagem denunciado um caso de vendas na embaixada venezuelana em Bagdá de passaportes e vistos a pessoas de origem árabe que poderiam estar relacionadas com o terrorismo. A notícia falava do vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, como um dos responsáveis pelo comércio de passaportes. Mesmo com o canal fora do ar, a CNN em espanhol seguiu exibindo sua programação na Venezuela via internet, e voltou a bater nas mesmas questões. Os jornalistas já foram liberados e estão no Brasil. No último final de semana, o mesmo governo venezuelano manteve preso um a equipe de jornalismo da Record. Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson Souza foram presos na Venezuela ao fazer reportagem sobre corrupção envolvendo a Odebrecht e autoridades locais. A equipe foi detida pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) junto a dois ativistas venezuelanos. Segundo a ONG Transparência Venezuela, os jornalistas brasileiros investigavam denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht no país vizinho. Equipamentos e celulares dos jornalistas foram confiscados pelos policiais venezuelanos. Eles ficaram incomunicáveis, e não podiam falar nem com diplomatas, nem com advogados brasileiros. (Keila Jimenez)

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