sexta-feira, março 15, 2019

Cresce venda de chocolate de agricultores familiares

Bombons originais com recheios de jaca, umbu, goiaba, cupuaçu e abacaxi, além de barras de chocolate com concentrações de cacau variadas é o carro chefe da Bahia Cacau, marca da agricultura familiar que vem conquistando o mercado baiano e de outros estados. O sele envolve a produção cacaueira de 118 agricultores familiares, entre eles, 58 assentados baianos. Atualmente, o mix de produtos com o selo Bahia Cacau fatura uma média de R$ 150 mil ao mês. Nessas quinta (14) e sexta-feira (15), com um caminhaozinho com baú refrigerado, a Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária e Adjacentes (Coopfesba), detentora da marca, está levando as iguarias da cadeia do cacau, para serem comercializadas, em venda direta aos consumidores, em bairros da capital baiana, como Ondina, Pituba e Barra, além da Superintendência Regional do Incra na Bahia, que fica no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Os valores dos produtos variam de R$ 2 a R$ 15. Metade dos produtos da marca é comercializada em Salvador. Há pontos em shopping centers e delicatessens que revendem as variações de chocolates e bombons. O restante da produção vai para estabelecimentos localizados em Pelotas (RS), Curitiba (PR), Brasília (DF) e São Paulo (SP), como também, para outras cidades baianas, entre elas, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus e Juazeiro.
Situada no município de Ibicaraí, a Coopfesba envolve agricultores cooperados de 16 municípios do Território de Identidade do Litoral Sul, inclusive, dos assentamentos Etevaldo Barreto, Vila Isabel e Loreta Valadares, implantados pelo Incra, que ficam no mesmo município. Segundo o presidente da Coopfesba, Osaná Crisostomo do Nascimento, que é assentado na área de reforma agrária Etevaldo Barreto, a cooperativa compra a arroba da amêndoa do cacau por R$ 220, enquanto no mercado o valor é de R$ 140. “Queremos chegar a R$ 300 por arroba para cooperados fidelizados”, planeja Nascimento. Criada em 2010, a agroindústria surgiu da necessidade de fortalecer a produção cacaueira e da cadeia do cacau para assentados e pequenos agricultores. A cooperativa atualmente trabalha com 22 famílias de agricultores que estão sendo incentivadas a produzir um cacau diferenciado, adotando novas técnicas de cultivo e cuidados específicos. Nascimento frisa que o Crédito Instalação do Incra e a assistência técnica foram importantes para o desenvolvimento da cooperativa. “Fomos beneficiados com os créditos Apoio e Fomento. Também recebemos o Pronaf. Boa parte desses recursos foi aplicada na melhoria das lavouras cacaueiras”, conta o presidente da cooperativa. As famílias assentadas aguardam o recebimento do Crédito Cacau que será aplicado na implantação de seis hectares de lavoura cacaueira irrigada por família. Como também, as mulheres assentadas estão na expectativa de serem beneficiadas com o Fomento Mulher. “Elas pretendem investir na fabricação da amêndoa cacau cristalizada e de cocadas”, acrescenta Nascimento. Além dos derivados do cacau, a cooperativa produz também leite, aipim, banana e geléias. As barras de chocolate são comercializadas nas versões de 70%, 60%, 50% e 35% de concentração do cacau. Também são manufaturados mel de cacau, amêndoas caramelizadas, bombons e nibs. Explorando novos caminhos, a cooperativa está começando a investir na linha orgânica. “O mercado está pedindo por isso e já estamos pesquisando formas de cultivo para atender essa demanda. Atualmente, parte do cacau que adquirimos é orgânica”, conta Nascimento. Os produtos da marca Bahia Cacau podem ser adquiridos através do site www.bahiacacau.com.br. A Coopfesba recebe encomendas pelo endereço eletrônico: bahiacacau@hotmail.com. De acordo com Ozaná Nascimento, a cooperativa tem parcerias comerciais com uma empresa de ônibus e de viação aérea para a entrega de produtos da marca em outras cidades e estados.

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