A troca no comando da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro deve entrar na mira dos investigadores que atuam no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) responsável por apurar as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, segundo o Estadão apurou. Uma fonte que acompanha o caso disse que não tem como fazer a investigação sobre possível interferência de Bolsonaro na PF sem perguntar sobre essa mudança. Em uma estratégia para se blindar de uma eventual medida contrária do STF, Bolsonaro deu posse ontem às pressas ao novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. No mesmo dia, em uma das primeiras medidas no cargo, Souza mudou o comando da Superintendência da corporação no Rio de Janeiro – área de interesse de Bolsonaro e seus filhos. A nomeação do novo diretor-geral da PF já entrou na mira da Justiça. O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Alberto Gatti Nunes, entrou com ação popular junto à 8ª Vara Federal Cível do Distrito Federal pedindo a suspensão imediata da nomeação de Souza, sob a alegação de que Bolsonaro escolheu um nome “alinhado a seus interesses escusos, como ficou evidenciado em seu primeiro ato após empossado” – a troca no comando da Polícia Federal do Rio, área de interesse de Bolsonaro e seus filhos. Como mostrou o Estadão no sábado, a nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na corporação. A posse do novo diretor da PF foi realizada em pequena cerimônia, que durou apenas 20 minutos, no gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto, sem divulgação antecipada nem convidados. Ocorreu às 10h, cerca de meia hora depois de a nomeação ter sido publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Estiveram presentes sete ministros, entres eles André Luiz Mendonça, da Justiça e Segurança Pública.
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