segunda-feira, setembro 14, 2020

Lava Jato denuncia Lula por lavagem de dinheiro

A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Antonio Palocci e Paulo Okamoto pelo crime de lavagem de dinheiro no repasse dissimulado de 4 milhões de reais do Grupo Odebrecht em favor do Instituto Lula, informou a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal do Paraná (MPF) em nota nesta segunda-feira. A acusação criminal sustenta que foram feitas quatro operações de doação simuladas pela empreiteira em favor do instituto --cada uma no valor de 1 milhão de reais-- no período de dezembro de 2013 a março de 2014. Essa é a quarta denúncia feita pela força-tarefa do MPF de Curitiba --que foi renovada até final de janeiro de 2021 mesmo diante de forte pressão interna e externa-- contra o ex-presidente. Ele tem outras investigações e acusações em outras localidades.
A força-tarefa disse na acusação que os 4 milhões de reais do esquema de lavagem de dinheiro em favor do Instituto Lula tiveram como origem crimes praticados contra a Petrobras oriundos de propinas da empreiteira ao PT, fatos que já foram reconhecidos em outras ações penais julgadas pela Justiça. Em nota, a defesa de Lula disse que foi surpreendida com mais uma denúncia da Lava Jato de Curitiba "sem qualquer materialidade e em clara prática de lawfare". O advogado Cristiano Zanin Martins afirmou ainda que os procuradores buscam "criminalizar" as quatro doações feitas pela Odebrecht ao instituto. "A Lava Jato mais uma vez recorre a acusações sem materialidade contra seus adversários, no momento em que a ilegalidade de seus métodos em relação a Lula foi reconhecida recentemente em pelo menos 3 julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal. No caso do uso da delação de Palocci em processos contra Lula às vésperas das eleições presidenciais de 2018, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, também identificou possível motivação política do ato, além da própria ilegalidade", disse.

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