sexta-feira, março 26, 2021

Desaprovação de Bolsonaro vai a 49%, pior marca desde junho

Sem doses suficientes para vacinar o primeiro grupo prioritário contra a covid-19, e com a demora para liberar a nova rodada de auxílio emergencial, a desaprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro chegou a 49%. A marca é a pior desde junho do ano passado, quando atingiu 54%. Naquele momento, a liberação da primeira rodada do auxílio ainda estava no começo e uma pequena parcela da população havia recebido o benefício. A aprovação caiu 1 ponto percentual em relação à rodada publicada duas semanas atrás, e ficou em 25%. Os que nem aprovam e nem desaprovam somam 22%. Os dados são da mais recente pesquisa Exame/Ideia, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da Exame, e o Ideia, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.255 pessoas entre os dias 22 e 24 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. “A gestão do presidente Bolsonaro segue sendo mais bem avaliada pelo segmento evangélico [36% de avaliação positiva] e pior avaliada pelos entrevistados com ensino superior [63% de desaprovação] e pelas mulheres [53%]. A combinação de piora da pandemia com o ritmo de vacinação lento e com a falta de auxílio emergencial tem contribuído para um resultado negativo da avaliação presidencial”, explica Maurício Moura, fundador do Ideia. A pesquisa Exame/Ideia também questionou os brasileiros sobre a velocidade da vacinação. Para 77%, a aplicação das doses está atrasada. Houve um avanço de 10 pontos percentuais nesse número em comparação ao dado registrado na rodada de 15 de janeiro. O Brasil atualmente é o 15º país que mais vacinou no mundo, comparando valores proporcionais. De acordo com dados da Universidade de Oxford, 12 milhões de pessoas receberam pelo menos a primeira dose, o que corresponde a 5,7% da população. O país está atrás de Israel (60%), Reino Unido (42%), Chile (31%), e dos Estados Unidos (25%). “Há uma frustração coletiva enorme em relação à vacinação. Essa sensação é maior entre as pessoas de maior renda [79% de quem ganha mais de 5 salários mínimos], mais escolarizados e de capitais/regiões metropolitanas [passando de 80% nos dois recortes]”, diz Maurício Moura. Se no começo de fevereiro 17% da população acreditava que seria vacinada somente em 2022, este número subiu para 28% na pesquisa publicada em 26 de março. Para 8%, a aplicação deve ocorrer ainda neste mês, 10% acreditam que em abril, e 13% esperam ser vacinados ainda neste semestre. Somam 20% aqueles que não sabem quando vão receber uma dose. Sem dar datas, o novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, se comprometeu na última quarta-feira, 24, a acelerar em pelo menos três vezes a quantidade de pessoas vacinadas contra a covid-19 diariamente. Ele disse que esta meta será cumprida em um “curto prazo”. “Nós temos condições de vacinar muitas pessoas. Nesse momento, vacinamos 300.000 pessoas todos os dias, e o governo assume o compromisso de, em curto prazo, aumentar em pelo menos três vezes essa velocidade, para 1 milhão de vacinas todo dia. É uma meta plausível. Temos capacidade de fazer até mais, mas não quero me comprometer com algo que depende de mais vacinas”, disse ele em entrevista coletiva. Liberada pelo Congresso Nacional, a nova rodada de auxílio emergencial deverá começar a ser paga em abril, ainda que o calendário ainda não tenha sido divulgado. Cerca de 45 milhões de famílias vão receber o valor médio de 250 reais que serão pagos em quatro parcelas. De acordo com a pesquisa Exame/Ideia, 52% dos brasileiros pretendem pedir o novo auxílio emergencial. Deste grupo que vai solicitar o benefício, 69% afirmam que este valor, abaixo dos 600 reais pagos em 2020, não atende às necessidades básicas para evitar a circulação nas ruas e ajudar no isolamento social. “Do grupo que apoia o governo, metade pretende pedir o auxílio. E para completar, dos que são potenciais candidatos a receber o benefício, dois terços acreditam que 250 reais não atendem às necessidades. Isso quer dizer que há espaço para uma frustração de parte dos atuais apoiadores do governo e isso pode ter impacto negativo na população. Nesse contexto, o auxílio vai ajudar mais na manutenção dos atuais patamares de avaliação do governo do que um eventual crescimento”, avalia o fundador do instituto Ideia.

Um comentário:

zebrao2008@hotmail.com disse...

Tem que cair mais. É um genocida insano. Está matando milhões de brasileiros