O policial militar Marcelo Andrade Souza foi condenado a 17 anos de prisão por matar o promotor de vendas Herbert Menezes, com seis tiros, em um shopping em Alagoinhas. O crime aconteceu em 2014 e a sentença só foi proferida na quinta-feira (15), nove anos depois. A motivação do homicídio foi um petisco de bar. A vítima estava reunida com os amigos em um estabelecimento que ficava dentro do shopping da cidade e o policial, que estava de folga, pegou um pedaço de carne na mesa do grupo sem autorização. Herbert e os amigos não gostaram da atitude e uma confusão foi iniciada. Veja os crimes em que Marcelo Andrade Souza foi condenado: 12 anos por homicídio qualificado por motivo fútil e diminuição de possibilidade de defesa da vítima; Cinco anos por tentativa de homicídio por causa de um homem que ficou ferido no momento do crime. O julgamento começou na manhã de quinta e terminou por volta das 21h. No julgamento, que contou com sete jurados, o policial alegou legítima defesa, mas não convenceu as pessoas que estavam no tribunal. O resultado do julgamento não agradou a defesa da família de Herbert Menezes, que afirmou que vai pedir a ampliação da pena. A viúva de Herbert Menezes, Vânia Brito Schramm, contou que a família ainda tenta se reerguer. O filho da vítima, que tinha seis meses quando o pai morreu e atualmente tem 9 anos, não sabe detalhes da morte dele. "Ele era um bebê de seis meses e hoje em dia está crescendo, com nove anos, e sempre pregunta pelo pai, sobre o que aconteceu, e inclusive não sabe detalhes. Só sabe que o pai faleceu ", disse a viúva de Herbert, Vânia Brito Schramm. Outras pessoas que estavam no restaurante tentaram conter o policial, que continuou atirando e acertou outras três vítimas. Herbert, que tinha 33 anos, morreu na hora. Ele deixou dois filhos, na época, com quatro meses e seis anos. Marcelo foi preso e levado para o Batalhão de Choque da Polícia Militar em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Na época, ele chegou a ser ouvido pela Corregedoria da PM em Salvador, mas o conteúdo do depoimento não foi revelado. O réu ficou cinco anos na cadeia, mas foi solto em 2019 devido a demora do julgamento. Ele foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado e tentativa de homicídio e aguardava o julgamento em liberdade. A família de Hebert espera o julgamento há nove anos. Ao longo deste tempo, as sessões foram marcadas e adiadas três vezes. "A gente passa esses nove anos sofrendo, todo julgamento tem essa dor que não passa. Não vemos a hora disso acabar", desabafou Manuela Brito, irmã de Hebert.A defesa do réu explicou que pediu os adiamentos do julgamento, porque ainda cabiam recursos. Na quinta, a defesa do réu tentou novamente cancelar a sessão, alegando a ausência de duas das cinco testemunhas que já prestaram depoimento nos autos. O juiz manteve o julgamento, pois considerou que não poderia adiar a sessão por causa "das vontades ou conveniências de uma testemunha que mora no Rio de Janeiro".
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