Mesmo obrigados a seguir o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que proíbe aumentos abusivos em mensalidades de serviços, os planos de saúde continuam a desrespeitar seu público idoso, aplicando aumentos que muitas vezes chegam a 80%. Alegam que os contratos assinados antes de 1998 preveem este tipo de reajuste por faixa etária. Alguns deles não respeitam nem mesmo os padres. O monsenhor Edvaldo Bezerra, de 81 anos, da Igreja Matriz de Boa Viagem (da Pracinha), vai entrar na Justiça para tentar reduzir a mensalidade que passou a pagar desde o ano passado: R$ 3.254,86.
“Quando eu comecei a pagar o plano, em 1997, a mensalidade era de R$ 466,41. Está uma coisa impraticável e, pela minha idade, não posso largar o plano. O último aumento foi em julho”, disse o pároco, cliente de plano individual. “Só consigo pagar esta mensalidade porque sou militar reformado (capelão) da Aeronáutica. O que eu ganho na paróquia não chega a esse valor.”
A diretora da Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde (Aduseps), Renê Patriota, diz que os aumentos abusivos são comuns neste mercado. “Principalmente nos contratos antigos (assinados antes de 1998). Eles fazem de tudo para aumentar e possuem cláusulas com percentuais de até 80% de reajuste. Esta é uma prática que persiste porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não quer regular os contratos antigos, que não são regidos pela Lei 9656/98”, diz.
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