Quando se achava que o mundo já detinha todo o conhecimento sobre o cacau e o chocolate, dois jovens grapiúnas, baianos, criam a formula perfeita para os chocólatras. Graduandos do curso de Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Danilo da Cruz Ramos, 26 anos, e Elias Nascimento da Silva, 30, ambos residentes na zona rural do município Ilhéus, filhos de trabalhadores da lavoura cacaueira, iniciaram um projeto de pesquisa com apoio da universidade objetivando aproveitar o mel de cacau, sub produto da produção e mal aproveitado na região produtora, visando o fortalecimento do cacau produzido no Brasil, por gerar uma nova renda ao produtor, garantido assim a manutenção da lavoura e também da mata nativa que serve como cobertura da plantação de cacau por meio da cabruca. Além de disponibilizar um novo tipo alimento saudável para as pessoas.
O mel de cacau é um líquido mucilaginoso de sabor doce-azedo, rico em açucares e compostos bioativos que é liberado da polpa que envolve as amêndoas de cacau. O mel de cacau é um resíduo ainda pouco utilizado que antecede a fermentação das amêndoas para produção do chocolate. *Durante esse tempo de pesquisa foram feitas análises físico-químicas, bioquímicas e microbiológicas no mel de cacau, como forma de comprovar os seus efeitos benéficos à saúde, esse estudo possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de conservar e preservar o “mel de cacau” que até então quase não é utilizado sendo desperdiçado nas regiões cacaueiras do Brasil. Através desse estudo foi possível desenvolver inovações tecnológicas que foi requerida no dia 01 de março de 2013, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial - I.N.P.I./S.P. por meio da agencia USP de Inovação em parceria com a UESB, o depósito do pedido de patente de invenção sob o título Composições alimentícias de chocolate e de gelado comestível contendo mel de cacau.
O gelado comestível formulado consiste na substituição parcial do açúcar e do leite em pó pelo subproduto da produção do cacau. A criação apresentada indicou uma maior elasticidade, maior tensão inicial e maior estabilidade estrutural, indicando o mel de cacau como um estabilizante natural no sorvete, devido sua quantidade relevante de pectina. O gelado comestível desenvolvido também pode ser considerado um alimento funcional devido às características nutracêuticas presente no mel de cacau. Cacau tem como principal propriedade funcional os compostos fenólicos, o qual atua como potente antioxidante na prevenção de reações oxidativas de formação de radicais livres e proteção contra danos ao DNA das células. Além de conter atributos empíricos como o prazer devido à serotonina e animação em virtude da cafeína, teobromina e tiramina, que estimula o cérebro. O principal produto do cacau é o chocolate que apesar de possuir os efeitos benéficos do cacau, seu consumo excessivo causa efeitos danosos a saúde devido os altos níveis de açúcar e gordura presente na formulação dos chocolates comercializados. Diante dessa situação cientistas de todo mundo estão pesquisando elaborar um chocolate mais saudável com o objetivo de solucionar os efeitos maléficos do chocolate comercialmente vendido e que tem na sua formulação o açúcar.
O chocolate com mel de cacau possui como particularidade diminuir os teores de açúcar aproveitando um resíduo da própria produção do cacau. Com essa mudança o produto apresentou viscosidade ligeiramente menor que os chocolates convencionais, indicando uma melhor palatabilidade do produto. Além de reduzir os níveis de sacarose, o chocolate desenvolvido pode ser considerado um alimento funcional por possuir altos teores de substâncias antioxidantes e fibras solúveis presente no “mel de cacau”. Portanto, com todos os benefícios nutricional, funcional e tecnológico existentes no mel de cacau, é possível atender a necessidade enfrentada pelos produtores de cacau e agregar valor em um momento onde o cacau passa por uma fase transitória de conquista de espaço e com uma grande defasagem de preço. É preciso incentivos financeiros para implantar o conhecimento tecnológico e cientifico de propriedade intelectual nacional, por parte dos órgãos governamentais, sociedade civil e órgãos ligados ao setor alimentício. http://photos-sintese.blogspot.com.br
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