quarta-feira, julho 24, 2013

MP quer fechar praias

A teimosia contra a conscientização. Diante de mais uma tragédia decorrente de um ataque de tubarão, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) vai discutir, pela primeira vez em quase uma década, a possibilidade de proibição de banhistas em áreas de maior incidência. O Ministério Público expediu ontem recomendação formal ao governo estadual e ao Cemit para que trechos de praias da Região Metropolitana sejam interditados para banho de mar. O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, por outro lado, descartou a medida. A radicalização do debate ocorre após a morte da turista paulista Bruna da Silva Gobbi, 18 anos, que desobedeceu à orientação do Corpo de Bombeiros para sair do mar e acabou atacada a 20 metros da faixa de areia, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na última segunda-feira. Ela morreu às 23h30 de anteontem, no Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central, cerca de 10 horas após a tragédia. O promotor Ricardo Coelho pede que o Cemit indique ao governo quais áreas devem ser interditadas e os períodos de maior vulnerabilidade, para que o poder público publique decreto proibindo a prática do banho de mar. "Os ataques de tubarão ocorrem nos mesmos lugares, como na altura do Edifício Acaiaca, em Boa Viagem, e da Igrejinha, em Piedade, e nos mesmos períodos do ano. As estatísticas já revelam isso", afirmou. Ele lembrou que o veto já vale para a prática de esportes náuticos nas regiões de maior risco. Caso o governo não acate a recomendação, Coelho prometeu ingressar com ação civil pública contra o Estado. A fiscalização caberia aos bombeiros.

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