sábado, novembro 30, 2013

Contas públicas: Governo amarga o pior superávit

O governo prometeu, mas, de novo, não entregou. Disse que ia recuperar as contas públicas em outubro, porém o superavit primário de R$ 6,2 bilhões, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), foi o pior para o mês desde o início da série histórica, em 2001. E a dívida bruta chegou a R$ 2,779 trilhões, 59% do Produto Interno Bruto (PIB), muito próxima do limite de 60% considerado pelas agências de classificação para rebaixamento da nota de risco do país. O resultado mostrou que o cumprimento dos objetivos de política fiscal está cada vez distante. O governo começou 2013 comprometido com um superavit correspondente a 3,1% do PIB nas contas de União, estados, municípios e empresas estatais. Em meados do ano, baixou a meta para 2,1%. De janeiro a outubro, contudo, o saldo não passou de 1,3%—o equivalente a R$ 51,2 bilhões, bem menos do que o conseguido no mesmo período do ano passado. O superavit primário é a economia que deve ser feita para garantir o pagamento dos juros e evitar o descontrole da dívida pública. No entanto, como o governo continua gastando muito, o rombo segue crescendo. Nos 10 primeiros meses do ano, as contas públicas tiveram um deficit nominal —- conceito que inclui o pagamento de juros — de 3,66% do PIB. Para se ter uma ideia da piora, no mesmo período de 2012, esse indicador estava em 2,5%.

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