Após viver o pesadelo da possibilidade de perder a guarda da filha e passar 20 dias abrigada na embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, a pernambucana Vitória Jesumary, 37 anos, enfim conseguiu voltar para casa com a pequena Sofia, 3. As duas desembarcaram por volta das 23h desta quarta (18), no Aeroporto Internacional dos Guararapes, após mais de um dia de viagem entre a Europa e o Brasil. Junto a elas estava o pai da garota e ex-marido da pernambucana, o chileno naturalizado norueguês Alberto Kroff, 46, que disputava com Vitória a guarda da criança antes do início da briga com as autoridades do país nórdico. Na chegada ao Recife, o encontro com a família foi marcado por choro e muita emoção. “Voltei, Recife. Viva o Brasil que me trouxe de volta”, desabafou a pernambucana assim que encontrou os parentes no saguão. Segundo a olindense, o caso dela foi apenas um entre vários que acontecem na Noruega. "Muitas brasileiras estão procurando a embaixada agora porque estão perdendo seus filhos. Eles são nazistas. O Brasil precisa fazer alguma coisa", disse Vitória. ENTENDA O CASO - Vitória procurou a embaixada brasileira em Oslo no dia 28 de novembro, depois que o Barnevernet, conselho tutelar local, anunciou que iria buscar Sofia para ser entregue a outra família, alegando que a criança estava sendo afetada pelo processo de separação dos pais, que brigavam na Justiça pela guarda. Foi o próprio pai de Sofia, Alberto Kroff, que levou a criança até a representação diplomática brasileira, sabendo que a menina poderia nunca mais voltar para a família. Foram muitos dias de negociações entre o Itamaraty e o governo da Noruega. O Barnevernet chegou a solicitar um laudo, elaborado pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Cras/Varadouro), mostrando que a família estava apta financeiramente para cuidar das duas e também atestando as condições de moradia. Até mesmo um documento comprovando a matrícula de Sofia em uma escola foi enviado. Após toda a burocracia resolvida, a polícia da comuna de Liar (cidade a cerca de 30 quilômetros de Oslo) finalmente autorizou o embarque de Vitória e Sofia. As duas deixaram a capital norueguesa na terça-feira. Ao contrário do que havia sido levantado, o retorno delas não terá as condições comuns da expatriação, quando os passaportes são apreendidos e é preciso voltar apenas com autorização de voo para o país de origem. Ambas continuam com os documentos.
http://jconline.ne10.uol.com.br/
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