sábado, agosto 09, 2014

Após declaração de Adams, Dilma defende Graça

Um dia depois de o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, declarar ao GLOBO que a presidente da Petrobras, Graça Foster, não terá condições de permanecer no cargo se tiver os bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a dirigente da estatal ontem. Dilma afirmou que, para o governo, Graça Foster não cometeu nenhuma irregularidade, e que não há contra ela qualquer processo. O ministro José Jorge, do TCU, apresentou esta semana voto defendendo o bloqueio dos bens de Graça Foster no processo que investiga prejuízos causados à estatal na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O TCU acabou adiando a votação do bloqueio depois da sustentação oral feita por Adams na sessão da última quarta-feira. — Eu acho que, nesse momento, o Adams estava defendendo Graça Foster e provando o absurdo que é. Uma pessoa íntegra, correta, competente e capaz, reconhecida não só pelo governo, mas por todo o mercado, não pode ser submetida a esse tipo de julgamento. Eu acredito que tem, por trás, outros interesses — disse Dilma, em Iturama, Minas. — Acho que é absurdo colocar as diretorias da Petrobras submetidas a esse tipo de procedimento. Só 0,05% de todos os projetos que transitaram na CGU pediram a indisponibilidade de bens. A posição do governo é clara. Nós não achamos que pese contra Graça Foster qualquer processo de irregularidade, sequer um processo de irregularidade. A presidente se irritou com a pergunta e encerrou a entrevista coletiva que concedia perto do canteiro de obras da Ferrovia Norte-Sul, em Iturama. Outros setores do governo também criticaram a declaração de Adams de que o possível bloqueio dos bens de Graça Foster inviabilizaria a permanência dela no comando da empresa. De forma reservada, assessores do Planalto disseram que Dilma ficou irritada com o tom da entrevista do ministro. Ao GLOBO, Adams defendeu o trabalho e a conduta da presidente da estatal, mas afirmou que um eventual bloqueio dos seus bens por parte do TCU afetaria a legitimidade dela para se manter à frente da Petrobras.

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