A produção gaúcha de grãos na safra 2011/2012 deve ter queda de 6,3% se comparada com o período do ano anterior. O recuo projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se deve à falta de chuva no Estado.
De acordo com a estatal, a variação negativa é puxada principalmente pela estimativa de diminuição na colheita da soja e do arroz. No relatório, é o milho que ao menos ameniza a situação, com expectativa de alta na produção. Mas a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) alerta que o levantamento não incluiu os últimos 15 dias, que, devido à escassez de chuva, afetaram fortemente o cultivo de milho nas regiões norte e nordeste. Já se espera redução no volume desse grão em vez de aumento. Isso significa que a queda projetada pela Conab poderá ser ainda maior.
– Teve produtor que, somente nesse período (últimos 15 dias), registrou a perda de 70% da lavoura do milho. Sobre a soja, os produtores tiveram de adiar o plantio. E tem também a baixa no nível das barragens que abastecem as lavouras de arroz. Ou seja, se não chover, a situação tende a piorar – alerta o diretor da Farsul, Jorge Rodrigues.
Pelo levantamento da Conab, a produção de grãos deve alcançar 26,995 milhões de toneladas – ou seja, 1,829 milhão menos do que o registrado na safra passada. No caso da soja, houve aumento de 2% de área plantada, porém, o rendimento deve ser 15,6% mais baixo.
Para o milho, a variação negativa da produtividade chega a 7,5% e, quanto à safra do arroz, a expectativa é de perda de 8% de área plantada e de 3,9% na colheita.
No país, a safra de grãos também deve apresentar variação negativa. A estimativa da Conab é de queda de 2,4% ou 3,878 milhões de toneladas a menos do que na produção passada, quando foram colhidas 162,958 milhões de toneladas.
Menos dinheiro no bolso do produtor
Da safra passada para o ciclo 2011/2012 pode haver redução de até 15% na renda do produtor, destaca o consultor agroeconômico Carlos Cogo. A previsão de queda está ancorada tanto na estimativa de menor produção quanto na redução do preço fixado pelo mercado.
Porém, não se pode falar em prejuízo para o agronegócio gaúcho. Na comparação com a média histórica do Estado (dados da última década e meia), os preços continuam promissores.
– Tivemos uma produção recorde na safra 2010/2011, agora estamos descendo desse recorde, o que não quer dizer que o agronegócio esteja em crise. Longe disso, ninguém aqui está falando em prejuízo – afirma Cogo.
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